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Concurso: Conte-nos a sua história: Conheça a 3ª história ganhadora

25/04/2023

João Marco Salvador do Nascimento - Pedagogia -2012 Minha história é comum. Provavelmente a história de centenas de estudantes. Tudo começo no dia que o filho do dono da empresa em que eu trabalhava me disse: você não ganha para pensar , mas pra fazer aquilo que eu mando. Nesse dia decidi que precisava ter uma profissão, fosse qual fosse. Qualquer uma. Então naquele período me matriculei em um curso preparatório do Enem. Um curso de 10 dias (kkk). O ponto alto do curso foi a redação. Eu ainda lembrava das aulas da escola sobre dissertação (agradeço a finada Professora de Língua Portuguesa Dona Nilda).

Fiz a prova, não zerei as disciplinas e tirei 975 na redação. Peguei o resultado, procurei uma amiga que fez a inscrição para mim. Na época a internet ainda era discada. El a perguntou: qual curso você quer no Prouni? A resposta foi "aquele em que a bolsa for 100%". Escolhe ai depois me avisa. Agradeço também a amiga Jéssica Prudêncio pela ajuda. Depois fui em uma escola de informática e contratei um curso Vip de 5 dias de como usar o computador. Até então não sabia nem ligar. Pedi ajuda também a um amigo (vulgo Belo). Ele me levou na Fatece duas vezes de carro e me ajudou com os documentos. Obrigado Belo. Então comecei. Descobri o que era Pedagogia no primeiro dia de aula. Lembro que Professora Luciana disse no primeiro dia: Por que vocês escolheram o curso de Pedagogia. A resposta geral foi "porque gosto de criança". Ela deu risada e "dichavou" o pessoal. Disse que para quem gosta de criança o ideal é "ser mãe de 10 filhos". Enfim. Na ocasião sai do emprego que trabalhava e paguei 1 ano de Van adiantado, comprei um computador Corel 2 Duo ,2Gb da RAM. Foi o que deu. E três anos de internet Via rádio. Era o período de transição da discada para via rádio. Por um ano estava garantido. Como fiquei desempregado fui entregar lanche de sexta-feira no Carlinhos lanches. Ganhava R$ 1,50 por entrega. Era a grana da mistura da semana.

Aos sábados e domingos entregava remédio na Farmácia do Chaubet. Mais R$ 105,00 por semana. E fui. Depois de 1 ano não tinha grana para a Van. Mas um outro amigo arrumou um trabalho em Pirassunuga. Ele ia de moto as 12h e retornava as 23h. Eu voltava com ele e isso me custava R$25,00 por semana de moto e R$ 20,50 de passagem de ônibus (por semana ). Agradeço ao Carlos (Vulgo Juninho). Um ano depois ele arrumou outro trabalho. Ai era ônibus mesmo. Na ida e na volta. A passagem subiu para R$5,10. Onibus chegava em Pira 1h antes e voltava para Porto 1h depois da entrada e saída. Uau! Faltando 8 meses para o fim do curso a fonte secou totalmente. Fui até a Coordenadora do curso e disse: eu não consigo mais vir. Não tenho mais de onde tirar a grana nem para o ônibus. Nesse meio tempo trabalhei de garçom no Pesque-pague do Borges (Agradeço ao Alexandro), trabalhei de servente de pedreiro com o Willian, trabalhei de jardineiro com o Marcos Flores. Eu fiz o que deu. Então a professora Maísa Tuckmantel junto coma Professora Luciana me ajudaram pedindo à Faculdade uma bolsa de ajuda de custo. Meio salário mínimo. Era o suficiente para terminar. E minha contra partida era escrever um artigo para a revista Fatece "Trilhas pedagógicas".

Quando terminei a Faculdade tive alguns problemas de saúde e não consegui concluir minha contra partida. Acredito que meu TCC é o maior que existe ai na Biblioteca. Ficou gigante.   Até hoje me sinto a obrigação de devolver o dinheiro.  Me formei antes da turma. Coisa de 2 meses, pois passei no concurso de Atendente do Desenvolvimento Infantil (extinto ADI). Minha colação de grau foi ali na sala do esposo do Diretor Claudio, com duas testemunhas que trabalhavam na Secretaria da escola. Isso foi em junho ou julho de 2012 salvo engano.  Em 2013 passei no concurso de Professor Interino. assumi em 2014. Em 2015 ganhei o Prêmio Professores do Brasil do Mec . (mas isso é outra história). Em 2022 depois de iniciar o tratamento de saúde (o mesmo problema que tinha em 2012), eu submeti um Projeto para Coordenação Pedagógica na Secretaria de Educação de Porto Ferreira. Agradeço a Coordenadora de Matemática Alexandra que me incentivou por vários a tentar. Agradeço a Supervisora Simeia que me disse que havia um diferencial nos cursos que havia feito (por incrível que pareça nenhum deles era da área de Educação). Eu passei 10 anos tentando mudar de profissão.  Passei em mais 3 Universidades com bolsa integral , (Bacharel em Matemática na Ufscar, Gestão publica na Univesp e Engenharia de Produção na Unicep). Eu sempre arrebentei nas redações. Não terminei nenhum desses cursos. Em 02/02/2023, graças a minha "madrinha" Keila Marcondes atual Chefe da Divisão de ensino, eu ingressei na Coordenação Pedagógica de Tecnologia e Inovação. Uma função que não existia antes da data de ingresso. Meu projeto era para a Coordenação de Educação Infantil (Graças a Deus a Danusa que foi a escolhida).

Mas tudo isso é uma outra história. E tem outras histórias como: o fato de ser o alunomais chato da Van que nunca faltava e nem saia mais cedo na sexta-feira, as muitas vezes que passei mal de fome (agradeço a Jessica Felisbino que me dava meia coxinha e meia coquinha no intervalo), aos amigos Adilson e Lúcia com quem eu tinha um mini grupo de estudos aos sábados. Tem a história da música que compus na aula de Psicologia sobre psicanalise. Tem a história da minha coautoria no projeto de livro da Marcilene Chaves. Tem a história do leilão da cola. Eu nunca passei cola até os últimos 8 meses da graduação. No auge do desespero financeiro eu trocava comida por revisão de conteúdo que eu fazia para as demais alunas da sala e leiloava "cola" nas provas. Leiloar é uma palavra pesada. Como eu nuca sentei no mesmo lugar (metodicamente cada dia em local diferente da sala), nos dias de  prova eu sentava ao redor de quem me desse alguma coisa para comer. E passava cola. Foram muitas. Maior nota de TCC, maior média de Notas, menor quantidade de faltas no curso (6 faltas). Eu fui o nerd chato da sala. E tem outras histórias que não convém contar.  Como disse no começo, uma história comum. Vivida por centenas de milhares de estudante de graduação. É isso.

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